EDUCAÇÃO FINANCEIRA DE PAIS PARA FILHOS

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Se os pais falharem na educação financeira com seus filhos enquanto crianças, eles provavelmente continuarão dependentes das finanças dos pais.

É muito importante já desde cedo falar sobre finanças com as crianças para que eles estejam orientados à nível financeiro e para que mais cedo eles tenham essa educação e desenvolvam a independência financeira. Porque não é aconselhável estar atrelado às finanças dos pais muito depois da vida adulta, onde já se tem capacidade de trabalhar e multiplicar.

Embora seja algo vergonhoso para muitos, a culpa não recai somente às “antigas crianças”. Recai também sobre os pais que desde cedo não conseguiram incutir esse tipo de educação as suas crias.

Com que idade se deve começar a falar sobre dinheiro com as crianças?

Especialistas concordam que a partir dos 3 anos já se deve começar a introduzir conceitos básicos sobre dinheiro nas cabeças das crianças. Claramente que não são conceitos que vão além das suas capacidades de percepção, mas sim conceitos que uma criança de 3-5 anos consiga perceber e desenvolver ao longo do tempo.

Ex.: Ensinar ao seu filho de 3 anos a identificar moedas e notas. E alertar que aquele objeto não é um brinquedo convencional que ele pode utilizar sempre que o apetecer. Que não se pode colocar no lixo, nem é um papel para fazer rasuras, e que com esses objetos os papás conseguem comprar os brinquedos e a papinha.

O filho começa desde cedo a percebe quando o pai ou mãe sai de casa de manhã cedo e não consegue estar com ele, é porque vai trabalhar para ter aquela moeda e/ou nota. A paciência por parte dos pais é primordial para que a informação seja transmitida com sucesso.

Durante o processo, ensinar a diferença do que é gratuito e do que é pago.

Ex.: Explicar que o pai/mãe não precisa pagar ou trabalhar para a criança brincar com os amiguinhos no parque, ou debaixo do prédio ou pelo bairro.

Há pessoas hoje em dia, já adultas, não têm nenhuma educação financeira, gastam todos seus ativos e contraem dívidas. Contrair dívidas pode afetar de forma destrutiva as capacidades mentais de um ser humano, e que por consequência resultar em suicídios. Portanto, quanto mais cedo nos preocupamos em aprender e a lidar com esses mecanismos financeiros, maior a probabilidades de ter sucesso no futuro sem cometer demasiados erros.

No secundário, dos 10-14 anos, já há a necessidade de ensinar aos educandos a necessidade de definir objetivos. É necessário que ele(a) defina certos objetivos pessoais que irão estar diretamente interligados com a arte da Poupança.

É crucial a criança saber o que é poupança e porquê que se deve poupar. Depois de o explicar o que é poupança, de forma insistente, deve-se mostrar o que ele terá de abdicar para conseguir poupar e logo a seguir explicar quais são lucros que vai adquirir quando atingir esse objetivo. Esse exercício é mais uma forma de motivar a criança a ter uma boa relação com o dinheiro e força-lo a alistar as suas prioridades, fazendo com que ele se eduque financeiramente diante daquilo que é o seu objetivo.

Os benefícios desse exercício são o crescimento mental sobre os conceitos de poupança e investimento. Porque quando a criança junta um dinheiro para comprar um tênis, o cuidado para com esse tênis é diferente porque ele tem noção de quanto tempo ele teve de esperar e quanto dinheiro ele teve de gastar para adquiri-lo.

Qual será o momento certo para introduzir uma mesada às crianças?

Muitos pais preferem literalmente atender à todas solicitações dos seus filhos porque acham que dando dinheiro desde cedo o podem viciar e deixá-lo muito apegado aos bens materiais. Mas o mecanismo deve ser contrário, por exemplo, dar dinheiro (quantia básica) mensalmente e informar-lhe que dessa mensalidade sairão todos os seus desejos sejam quais for, e que se ele for juntando todos os meses, ele consegue comprar tudo ao seu gosto mas não tão rápido como antes que era só pedir aos pais.

A idade permitida (aos olhos de muitos profissionais) para dar mesada às crianças são é partir dos 6 anos. Porque nessa fase, o pai que começou a incutir literacia financeira desde os 3 anos, a criança já sabe o que são moedas e/ou notas, o que é trabalhar, e sabe o que se pode adquirir com dinheiro e o que se pode adquirir de graça.

Como se deve dar o dinheiro à criança? O que dizer ao seu filho para que ele receba esse dinheiro e cuide corretamente?

“Nós temos um objetivo com a tua mesada”. Pela idade, provavelmente o ele terá em mente que esse objetivo seja comprar um brinquedo, por exemplo. Em seguida o pai pode dizer “se você ir juntando a tua mesada até conseguires comprar o brinquedo que queres, o papá vai ficar feliz e vai comprar mais um brinquedo da tua preferência”.

Essa fase dar mesada é muito boa também para a criança começar a entender como funciona o conceito de financiamento/investimento e juros.

Ex.: O papá vai começar a dar pouco dinheiro (20 kz), mas a cada vez que conseguires chegar à 1000 kz, o papá vai dar mais 200 kz extras.

Caso esses exercícios forem devidamente executados, a criança estará a fazer grandes investimentos (ao seu nível), e vai começar a perceber que se poupar um pouco mais, os juros deles serão maiores.

Os pais precisam de educar os seus filhos financeiramente porque as crianças também precisam de estar preparadas parar certas situações inesperadas que a vida nos oferece. Imaginemos que de repente a estabilidade financeira dos pais entra em risco; o filho que não foi educado financeiramente desde pequeno, não lhe foi explicado sobre a importância do dinheiro, logo, não vai perceber a situação e há grandes chances de ficar deprimido.

Em contrapartida, a criança que foi educada financeiramente é capaz de utilizar as suas próprias poupanças e entregar aos pais de forma a ajudar. A questão não está simplesmente no dinheiro, está no gesto, empatia, e senso de responsabilidade que foi incutida nessa criança durante esses anos todos de devido ensinamento financeiro.

É importante também ensinar as crianças o conceito de que só se pode comprar aquilo que se pode de facto pagar à pronto, de modos a evitar dívidas desnecessárias. Para um filho com 14 anos, é fundamental introduzir o conceito de passivo e ativo, porque ele já adquiriu bastante conhecimento sobre dívidas, crédito, etc. Quando ele dominar o conceito de ativo e passivo, estará mais esclarecido no que concerne ao que ele pode adquirir. Sabendo que ativos são coisas que ele vai adquirir e vão gerar dinheiro e passivos são coisas que só vão tirar dinheiro dele. E é um excelente conceito para se ter e viver, seja criança ou adulto.

Para definir o futuro da sua criança é necessário passar conceitos sobre o que é empreendedorismo e o que é trabalhar por conta de outrem. Portanto o pai deve explicar como funciona uma empresa, que existe um organograma, e que pai nem sempre tem o poder de tomar as decisões.

 Em contrapartida, se a mãe o ou pai criar o seu próprio negócio, terão como gerir melhor e tomar as suas próprias decisões, e existe um outro universo à par daquilo que é o convencional que é ir para universidade, formar-se, procurar emprego numa boa empresa e trabalhar nela para o resto da vida. Mesmo sem a criança saber se gostaria de trabalhar para outrem, ela é desde cedo inclinada devido a educação convencional passada pelos pais. Isso faz com que tenhamos muitos profissionais que não amam os seus trabalhos e por consequência não conseguem dar o seu máximo.

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